Caminhando

Após quase um mês sem empregada resistimos bravamente! Quase não acredito no que vou dizer, mas a verdade é que não quero mais ter mensalista. As duas primeiras semanas pensei que fosse surtar. A casa um caos. Bagunçada, suja e eu exausta e com muita raiva de ter sido largada no olho do furacão. Mas como diz o velho ditado: dê tempo ao tempo. E foi o que fiz. A cada dia ia fazendo o que podia, como podia, na hora que dava. E aos poucos fui tomando as rédeas da minha casa e da minha vida. Meu marido parece ter entrado no clima. Não dá pra dizer que ele está mais organizado, mas eu também não estou mais encanando tanto. Claro que me incomodo muito com a bagunça dele, mas faço apenas o que posso e quero fazer. Se estou com vontade de arrumar a zona dele, arrumo. Se não estou, deixo a bagunça dele com ele e pronto. Estou me sentindo livre! Apesar de estar mais cansada e saber que se eu não me organizar e não fizer o que tem que ser feito, as coisas não se limparão e nem se arrumarão num passe de mágica. Essa sensação que não estou mais nas mãos de ninguém, que não vou ser mais pega de surpresa, é o que me dá esse sentimento de liberdade.

Mas o mais importante disso tudo é que eu me reconectei com o meu filho. Eu sempre estive com ele, sempre fui eu quem cuidou dele. Mas tinha a ajuda das pessoas que trabalhavam aqui em casa. Fosse para ir na padaria sozinha, para uma reunião, para um atendimento de ultima hora, para uma soneca no meio da tarde. Agora não. Estamos somente eu e ele. No começo me senti prisioneira, confesso. Cheguei a pensar que minha vida tinha acabado e que nos próximos dois anos estaria trancada em casa. Sim, sou dramática. Passado o primeiro surto, as primeiras semanas, me senti mais próxima dele e ele de mim. Mesmo sem nunca termos nos separado. Mesmo estando juntos 24 horas por dia, salvo algumas duas ou três horas por semana. Agora estamos no mesmo ritmo. Tipo recém nascido. A hora da soneca dele é a minha também. Não aproveito o soninho da tarde dele pra arrumar a casa. Dane-se a casa! Procuro fazer o que dá junto com ele. E depois dormimos juntos de tarde, vamos a padaria juntos, ao mercado (momento mega tenso!), faço compras pela internet e só vou ao mercado para frutas e verduras. Mais rápido e menos estressante! Fico menos no facebook e brinco mais com ele. Não entendi direito como isso aconteceu. Como nosso dia a dia sem empregada nos aproximou mais? Mesmo eu estando mais cansada, sobrecarregada e “presa”. Sem poder marcar uma reunião de trabalho de um dia pro outro, sem poder atender ninguém de última hora. Sem poder escrever. Como nos aproximamos mais? Nem sabia que isso seria possível. Achava que mais próximos só se ele voltasse ao meu ventre. Mas não! Me enganei. Eu estava distante dele e nem sabia.

Termino meu ano mais cansada, mas muito mais feliz. Muito mais ligada ao meu filho. E com muita vontade de colocar em prática todas as dicas de blogs e livros de organização que eu sempre li, sempre gostei, mas sempre procrastinei. Vou fazer tudo devagar. Quando e como quiser e puder. Finalmente estou me sentindo dona da minha vida, do meu dia, da minha casa. Só do meu coração que não. Esse o Alexandre arrebatou há quase dois anos.

Para o próximo ano tenho muitos planos. E um deles é: Não sofrer por antecipação!  Feliz 2015!

Simone

Sobre simone cortez

Psicóloga, escritora e sonhadora em tempo integral!
Esse post foi publicado em Dia a dia e marcado , , , , , . Guardar link permanente.

Uma resposta para Caminhando

  1. Pingback: Mais do mesmo ( porque falar sobre minimalismo nunca é demais!) | ladoBmaternagem: um blog coletivo

Deixe um comentário